Chega-me ao rosto a brisa de verão, rebelde
gostaria que viesse como um cântico sacro
leve, breve e perfumado.
Mas o vento é como o pensamento, selvagem.
Não me ouve. Não quer saber. Desafia-me. Faz-se rei.
Arde em desejos seus como bolas de sabão sem senhor
embebeda-me o sangue em desejos de amor
devora a Paz da idade do desencanto
agita os dias de água calma e incolor
inquieta as noites despidas das vestes de seiva e de pranto.
Deveriam as flores nascer por trás dos muros erguidos com suor pela mão dos homens?
Não! Não nos dias em que o sol nasce do lado certo da vida.
Mas até os muros caiem ao passar deste cântico envenenado
e os sinos dobram ao convite do seu pecado.
Vai-te brisa vai-te vento
vai-te na minha frente, voa sem fim
não deixes que a minha alma escute as palavras mornas do tempo sem lei
decide-me os passos, guia-me o tempo
que nada mais sei que confundir-me nas tuas preces.
4 comentários:
LIndo querida crys.. amei..
bem ao teu jeito... há dias assim que nos faltam as palavras certas mas depois elas brotam e tornam.se lindos poemas como este..amei...
beijo grande querida crys ..
neia
Gosto, da brisa leve e perfumada que, como dedos, alinha o recorte das flores.
Mas, gosto também, de sentir a provocação do vento, insubmisso, a desarrumar-me os sentidos e a confundir-me os passos...
Gosto de te encontrar!
Abraço carinhoso
mas é bom que assim seja, um vento eternamente indomável que nunca se deixe apanhar nas mãos senão para se acariciar. e deixar livre.
ahhh, sou como o vento.. :))
um vento que te adora minha doce crisálida.
B e i j o.
Lindo... musical e perfumado!
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