Toco suavemente nesse mundo tão teu que aos poucos me
revelas. Não quero assustar-te. A vida já te amedronta demais. As palavras
queimam-me, senhoras de uma energia que quer acordar-te para um mundo que
teimas não ver. Modero-me. Sei que preciso inventar outros verbos, outro
alfabeto para compor as frases que te revelem todos os milagres que não vês ao
teu redor. Olho-te por dentro. Vejo um menino sem mãe. Frágil. De nada te
fortalecem os fios brancos que já tens nas têmporas, continuas perdido e sem
saber o valor de um abraço. A vida foi pouco generosa em afetos para contigo. Talvez
por isso os teus valores não sejam os meus. E também por isso me retraio.
Porque as tuas fragilidades me comovem muito mais do que as tuas prioridades me
revoltam. Num abraço digo baixinho que és muito mais do que te sentes e
beijo-te para que experimentes o meu amor sem que to diga. Calo-o porque também
ele não habita no teu mundo. Ou pensas que não. Desconheces-lhe o valor porque
não o sabes converter na moeda em que pagas os teus dias ansiosos e as noites
mal dormidas. Aperta-se-me o coração quando te olho e te vejo sem brilho.
- Cuida de ti – peço-te num sussurro e tu sorris..
(Sim, um dia talvez te
consiga fazer feliz)
1 comentários:
Fantástico e cheio de ternuras. beijo deste lado do mar
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