Não sei. Não me perguntes como nem porquê.
Não saberei dizer-te sequer o quando. Talvez tenha sido no momento em que
desenhaste no meu rosto o primeiro sorriso. Ou até quando apagaste a luz
sombria e vazia dos meus olhos, sem reparares sequer que existia. Falaste-me de
ti e com isso atingiste um pouco do meu sempre. Curioso que o fizeste com
coragem. E a ousadia tem o seu preço: Tu deste-te e ganhaste-me sem querer. Ou
talvez não tenha sido assim, talvez algo tão simples não seja uma razão. Já não
sou de grandes perguntas nem espero grandes respostas. A vida é curta demais
para esperar que faça sentido e há muito tempo desisti de arrancar pela raiz o
que me preenche. E tu fazes isso, mesmo quando não estás. Não sei se é bom ou
mau, para mim é vital. Aceito-o. Já tu podes fazê-lo ou não. Não está na minha
mão ter-te a meu lado. Quero que fiques, que os medos não ganhem os dias
eternos e imperfeitos do dar e do ser. Que nenhum pedaço de nós se perca numa
curva cheia de afetos mas deserta de gestos. Que te rendas como eu me rendi.
Que não te preocupes em entender, que aprendas que viver ultrapassa qualquer
sonho. Que troques de pele, que mudes de cor, que vivas em contramão, mas que
não digas não quando os teus 5 sentidos me querem. Não aceito ser somente
memória mas gota de sangue e sim, aceito o lugar de espinho cravado no teu
coração. Mesmo agora, que ainda não me confessaste que o tens. Porquê? Talvez
seja apenas porque me apetece…
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3 comentários:
O tema da minha vida aos 20...
Creep...
Beijos mil
aplausos a ti!
adorei o teu texto.
abraço.
e porque me apetece ler-te.
magnífico texto. emotivo. intenso.
abraços
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