Culto


Cultivo-te no beiral do abismo
do fim de tarde
onde anoitece o azul
e o verde da razão.

Evoco sorrisos,
resguardo lágrimas
e invento o silêncio das palavras.





Ainda te percebo
na integridade dos gestos
que desmonto,
e martirizo-me
nos sinais que magoam
e afastam.
Firo-me
nos estilhaços,
mil pedaços
do presente
já de si tão frágil.




E o saber fica a marinar
em lume brando.
A dúvida
do tempo certo
não cede, não morre nem nasce
nunca.






Resta-me o amor

pelas estrelas
de uma noite sem luar
e o desejo
de um abraço infinito
que só tu me podes dar.


7 comentários:

Anónimo disse...

Um sonhador é aquele que só ao luar descobre o seu caminho e que, como punição, apercebe a aurora antes dos outros.( Wilde , Oscar )

Anónimo disse...

Se choras porque perdeste o sol, as lágrimas não te deixarão ver as estrelas (Tagore , Rabindranath)

Anónimo disse...

Se as coisas são inatingíveis, não é motivo para não as querer. Que tristes os caminhos se não fosse a presença mágica das estrelas (Quintana , Mário)

Anónimo disse...

Enquanto os rios correrem para o mar, os montes fizerem sombra aos vales e as estrelas fulgirem no firmamento, deve durar a recordação do benefício recebido na mente do homem reconhecido (Virgílio) Obrigado!

Frederico Almada disse...

Crystal, minha amiga, desta vez não tenho palavras para dizer o que quer que seja do teu poema. Com ele obrigaste-me a voltar a escrever no teu blog. Um beijo e um sorriso apenas.

Eric All

Laura Ferreira disse...

Lindo!

Lúcia Machado disse...

Parabens por tão belas palavras :)

 
©2009 Amêndoa Amarga | by TNB