Adivinhação

Não me queiras adivinhar nas palavras
porque nem eu sei
de onde nasce o verbo
que germina discordante a cada dia.
Se vem de ti
ou dos fantasmas da minha demência
que se libertam e falam por mim

São somente promessas
sem passado nem futuro
e tantas vezes sem razão
vereda circular de desditas
onde nem um só gesto de ternura
fica por acontecer
e onde sou tudo o que desejo ser

Ouve, não queiras saber quem sou
Eu sou como o vento
Nem sempre a noite
o tempo
ou a morte

Por vezes sou apenas o relento
Barco sem timão
vento que vai e volta sem destino
sombra da lua entorpecida
Embriagada em delírios sem norte.

Não queiras saber quem sou
terias primeiro que saber onde me encontrar
e eu
nem sempre estou
onde me consegues procurar…

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