Sem coração


Tira a mão devagarinho

Do meu peito
e não digas nada
ouve apenas
o murmúrio prisioneiro
que te implora
que não fiques em mim.

Adivinha na raiz da noite
as palavras acorrentadas
esquecidas
submersas na verdade
que sou
e que tu não pressentes
nem em sonhos

Deixa que sejam só meus
os lânguidos cansaços da saudade
que o manto estrelado da noite
ainda seduz

Tira a mão devagarinho
do meu peito,
solta o laço
que te prende
à eternidade do meu ser

Vai
e deixa ficar apenas
os pedaços desfeitos e rasgados
de um corpo cheio de nada
que já não tem coração.

18 comentários:

zeroz disse...

obrigado por este momento

b.

ROSA E OLIVIER disse...

"eres como la noche, callada y constelada."...!?...

Saluto mille!

Anónimo disse...

... palavras ditas ao acaso só estragariam a emoção que me devora a alma de contradições: feliz pelo aniversário do meu pai, estonteante reacção depois de ler este poema, qual bebida afrodisíaca daquela receita secreta que só o dono conhece de cor, não vá ela cair nas mãos do alheio... tem o doce do amor, o calor da paixão e o tal sabor amargo... que arrepia o coração!

Parabéns linda amiga de primeiro olhar!
Agora que encontrei o teu livro branco, venho, com certeza, visitar-te mais amiúdo (sim porque no teu livro de visitas, não foi fácil lá entrar... daí por certo ter tão poucas entradas... eu tentei vezes sem conta, como sou teimosa (qualidade e defeito) consegui!

Beijinhos, daqui, onde o Mondego beija o Atlântico envolvendo-se num enlace eterno, enquanto o mundo for mundo, enquanto a vida for vida...
Tua amiga de coração aberto,
Semeando Girassois

Frederico Almada disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Frederico Almada disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Frederico Almada disse...

Minha doce amiga, hoje apeteceu-me comentar o teu post e não resisti a avaliá-lo com um ... Simplesmente Belo!!!

Um beijo

Eric All

Ps. Desculpa ter apagado o que apaguei.

Eme disse...

Não mais corpo
e
Todo sentimento.

Da taça o gesto
Já gemeu as vezes necessárias
Regressa ao pulsar tranquilo devagar
A saudade, uma nódoa.
O caminhar contra a memória.

quanto pesa o vento? disse...

"e que tu não pressentes
nem em sonhos"

o quanto escreves bem ;)

abraço.

o alquimista disse...

Diz ser um anjo na Terra, os olhos do Deus Bendito, deixado neste pequeno mundo por outro Anjo de olhar aflito. Apareceu como por encanto, nasceu do nada, terá nascido!?


Solenes são os sentires de um Mago


Virão ventos de bonança ao teu coração


Um suave beijo

Anónimo disse...

Belo!

Abraços do EU, SER IMPERFEITO

Anónimo disse...

poema de imensa beleza, de um rico e denso conteúdo, escrita fascinante. texto que me trará de volta mais vezes. meu abraço.

* hemisfério norte disse...

adorei o poema, a imagem não
:)
bjs
a.

Eme disse...

hemisfério norte, dê cá xinco..

pensei que era só eu


saio a fugir_______________________________________________

Sónia disse...

Zerox…responder-te o quê? Obrigada eu.


Rosa e Olivier obrigada pela visita e pelo carinho. Beijos para vocês


Minha amiga dos girassóis, sabes o que fizeste? Obrigaste-me a ir comprar um ramo deles para enfeitar a minha casa. Sempre que olho para eles lembro-me do teu sorriso. É linda! Beijo grande

Eric
Vindo de ti um comentário tão singelo tem uma profundidade e alcance superior a qualquer um dos poemas que já me ofereceste. Obrigada por estares sempre perto. Beijo para ti

Sónia disse...

Ah, eric, esqueci-me de te dizer ali em cima: O que apagaste tem sempre lugar. Uma coisa não tem necessáriamente que enviabilizar a outra...Mas tudo a seu tempo, certo? Outro beijo

m. Sentimento sempre! As nódoas? A cada dia uma a mais, outra a menos.Mas a verdade é que só assim tudo faz sentido. Bj


azul: O quanto tu me fazes sentir bem!


Alquimista, obrigada.Beijinho

miguel abraços para ti também...

Sónia disse...

Fernando serás sempre bem vindo. Cada visita tua uma honra.Beijinhos

hemisfério, sorri quando te li. Já outra pessoa mo tinha dito e gostei da frontalidade.Acontece que eu gosto, a mim diz-me muito embora reconheça que seja um pouco crua, mas fazer o quê? Para a próxima logo se vê, espero conseguir agradar em tudo.Beijoka


m. tava a ver que não aproveitavas a deixa rsrs. Doida, não corras, eu apanho-te na mesma...

Susana Júlio disse...

Gostava de saber como se dão os passos em frente sem o rasto das sombras...na realidade, assim dito até parece que nem são passos em frente visto que trazemos um peso de trás...

Como um naufrágio...iremos sempre ao fundo com um peso à nossa frente, noutra perspectiva diferente...Não se tira essas sombras assim do coração sem mais nem menos, assim com um enxotar da mão...penso eu...sinto eu...ou senti assim...porque todos nós somos feitos de experiências...

Lindo poema...quase uma ode...se não o for realmente!

Beijos em fio aqui da(s) Teia(s).

Anónimo disse...

conheço bem esta sensação...
Passará, custa, demora, mas passa.

 
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